– Quantos quilos vou emagrecer com a dermolipectomia abdominal?
R: Sendo uma cirurgia que retira determinada quantidade de pele e gordura, evidentemente haverá uma redução no peso corporal, que varia de acordo com o volume do abdômen de cada paciente. Não são, entretanto, os “quilos” retirados que definirão o resultado estético, mas sim as proporções do abdômen com o restante do tronco e os membros. Paradoxalmente, o abdômen que apresenta melhor resultado estético é justamente aquele em que se faz as menores retiradas.
A maioria das mulheres apresenta certa flacidez do abdômen após o parto, com predominância de pele sobre a quantidade de gordura localizada na região. Esses casos nos permitem excelentes resultados. Em outros casos, em que o paciente está com o peso acima do normal, o resultado também será compensatório e proporcional ao restante do corpo. Entretanto, vale a pena lembrar que excesso de gordura em outras regiões vizinhas do abdômen ainda existirão, o que nos leva a aconselhar àquelas que assim se apresentem a prosseguir com um tratamento clínico ou fisioterápico, para equilibrar as diversas partes entre si.
– A cirurgia do abdômen deixa cicatriz muito visível?
A cicatriz resultante de uma dermolipectomia localiza-se horizontalmente, logo acima da implantação dos pelos pubianos, prolongando-se lateralmente em maior ou menor extensão, dependendo do volume do abdômen a ser corrigido. Essa cicatriz é planejada para ficar disfarçada sob as roupas de banho e infalivelmente passará por vários períodos de evolução:
A) PERÍODO IMEDIATO: Vai até o 30º dia e apresenta-se com aspecto excelente e pouco visível. Alguns casos apresentam discreta reação aos pontos ou ao curativo.
B) PERÍODO MEDIATO: Vai do 30º dia até o 12º mês. Neste período haverá espessamento natural da cicatriz, bem como mudança na tonalidade de sua cor, passando de vermelho para marrom, que vai, aos poucos, clareando. Esse período, o menos favorável da evolução cicatricial, é o que mais preocupa as pacientes. Como não podemos apressar o processo natural da cicatrização, recomendamos às pacientes que não se preocupem, pois o período tardio se encarregará de diminuir os vestígios cicatriciais.
C) PERÍODO TARDIO: Vai do 12º ao 18º mês. Nesse período, a cicatriz começa a ficar mais clara e menos consistente atingindo, assim, o seu aspecto definitivo. Qualquer avaliação do resultado definitivo da cirurgia do abdômen deverá ser feita após esse período.
– Em quanto tempo atingirei o resultado definitivo?
Na resposta anterior foram feitas algumas ponderações sobre a evolução da cicatriz. Entretanto, resta ainda acrescentar algumas observações sobre o novo abdômen, no que tange à sua consistência, sensibilidade, volume, etc.
1 – Nos primeiros meses, o abdômen apresenta uma insensibilidade relativa, além de estar sujeito a períodos de inchaço, que regridem espontaneamente.
2 – Nessa fase, poderá ficar com aspecto esticado ou plano. Com o decorrer dos meses, tendo iniciado os exercícios orientados para modelagem, gradativamente se atinge o resultado definitivo. Nunca se deve considerar como definitivo qualquer resultado antes de 12 meses de pós-operatório.
– É verdade que será feito um novo umbigo?
Não. O seu próprio umbigo será transplantado e, se necessário, remodelado. Deve-se levar em conta que, circundando o umbigo existirá uma cicatriz que sofrerá a mesma evolução da cicatriz inferior (descrita no item nº. 2). Várias técnicas existem para a reimplantação do umbigo. Todas elas são passíveis de futuras revisões cirúrgicas, caso seja necessário. Isso acontece em decorrência da anomalia na evolução cicatricial de certas pacientes, e é passível de correção, mediante uma pequena cirurgia sob anestesia local, após alguns meses.
– A dermolipectomia abdominal corrige aquele excesso de gordura sobre a região do estômago?
Nem sempre. Isso depende do seu tipo de tronco (conjunto tórax + abdômen). Se ele for do tipo curto, dificilmente será corrigido. Sendo do tipo longo, o resultado será mais favorável. Também tem grande importância, sob este aspecto, a espessura do panículo adiposo (espessura da gordura) que reveste essa área do corpo.
– Qual o tipo de maiô que poderei usar após a cirurgia?
O tipo de maiô dependerá exclusivamente de seu próprio manequim. É claro que os decotes inferiores mais generosos (tangas) ficarão por conta dos casos em que os resultados sejam mais naturais. Lembre-se que o bisturi do cirurgião apenas aprimora suas próprias formas, que poderão ser melhoradas ainda mais, com cuidados de uma esteticista ou fisioterapeuta, desde que se associe estes tratamentos complementares logo nas primeiras semanas após a cirurgia.
– Poderei ter filhos futuramente? o resultado não ficará prejudicado?
O médico ginecologista poderá orientá-la sobre a conveniência ou não de nova gravidez. Quanto ao resultado, poderá ser preservado, desde que, na nova gestação, seu peso seja controlado por aquele especialista. Aconselhamos, entretanto, que tenha todos os filhos programados antes de se submeter a uma dermolipectomia abdominal.
– Ouvi dizer que o pós-operatório da dermolipectomia abdominal é muito doloroso. É verdade?
Não. Uma dermolipectomia de evolução normal não deve apresentar dor. O que existe é um grande equívoco por parte de certas pacientes, que são operadas simultaneamente de cirurgias ginecológicas associadas à dermolipectomia e relatam, por isso, dores pós-operatórias. Nem todos os cirurgiões costumam recomendar esta associação de cirurgias, por constituírem certo risco operatório, além de apresentarem inconvenientes como dores e resultados menos favoráveis.
– Que tipo de anestesia é utilizada para esta operação?
Anestesia peridural com sedação, ou geral.
– Quanto tempo dura o ato cirúrgico?
Duas horas.
– Qual o período de internação?
Cerca de 24 horas.
– São utilizados curativos?
Sim. Nas primeiras 24 horas, assim como o uso de drenos.
– Quando são retirados os pontos?
A retirada dos pontos poderá ser iniciada em torno do oitavo dia, devendo ser feita de maneira seletiva, nos dias que se seguem. Raramente a retirada total passa de duas semanas.
– Quando poderei tomar banho completo?
No dia seguinte à cirurgia.
– Qual a evolução pós-operatória?
Não deve se esquecer que, até que se consiga atingir o resultado almejado, diversas fases são características deste tipo de cirurgia. No item 2, foi informado sobre a evolução cicatricial (até o 18º mês). No item 3, sobre a evolução da forma do abdômen, bem como a sensibilidade, a consistência, etc. Entretanto, poderá ocorrer alguma preocupação no sentido de desejar atingir o resultado final antes do tempo previsto. Seja paciente, pois seu organismo se encarregará de dissipar todos os pequenos transtornos intermediários que, infalivelmente, chamarão a atenção de alguma pessoa que não se furtará à observação: “Será que isso vai desaparecer mesmo?”. É evidente que toda e qualquer preocupação de sua parte deverá ser a nós transmitida. Daremos os esclarecimentos necessários para sua tranquilidade.
Em tempo: Em algumas pacientes ocorre uma certa ansiedade nesta fase, decorrente do aspecto transitório (edema, insensibilidade, aspecto cicatricial, etc.). Isso é passageiro e, geralmente, reflete o desejo de atingir o resultado final o quanto antes. Lembre-se que nenhum resultado de cirurgia do abdômen deverá ser considerado como definitivo antes dos 12 meses. Em caso de pacientes muito obesas, poderá ocorrer, após o oitavo dia, a eliminação de razoável quantidade de líquido amarelado por um ou mais pontos da cicatriz. Esse fenômeno nada mais é do que o transudamento cirúrgico e a liquefação da gordura residual próxima à área da cicatriz que está sendo eliminada, sem que isso venha a se constituir como complicação. Existem recursos para evitar que esse vazamento venha a ocorrer em situações inoportunas.
– Quando são retirados os pontos?
Em torno do sétimo dia.
– Existe uma idade ideal para se operar as pálpebras?
Não existe uma idade ideal, o que existe é a oportunidade ideal. Essa oportunidade é determinada pela presença do defeito a ser corrigido e geralmente ocorre após a terceira década.
– As cicatrizes são visíveis? Onde se localizam?
Como a pele das pálpebras é de espessura muito fina, as cicatrizes tendem a ficar praticamente disfarçadas nos sulcos da pele. Para isso, deve ser aguardado o período de maturação da cicatriz (três meses). Por conta da sua localização, são passíveis de serem disfarçadas com uma maquiagem leve desde os primeiros dias.
– Qual o tipo de anestesia?
Pela extensão da cirurgia e boa qualidade dos anestésicos, a maioria dos procedimentos é por meio de anestesia local (em alguns casos, com uma sedação prévia). Dependendo da vontade do paciente pode ser feita anestesia geral. Reserva-se essa última conduta para os casos em que clinicamente é contraindicada a anestesia local ou quando a blefaroplastia for feita de forma simultânea a outras cirurgias.
– Há dor no pós-operatório?
Geralmente não. Mesmo que ocorra uma sensibilidade maior ou pequenos surtos de dor, eles poderão ser perfeitamente abolidos com o uso de analgésicos comuns. O médico irá prescrever qual o mais indicado. O paciente não deve se automedicar.
– Os olhos ficam muito inchados? Por quanto tempo?
O edema (inchaço) dos olhos varia de paciente para paciente. Existem pessoas que já apresentam aspecto bastante natural no quarto ou quinto dia. Outros atingem bom resultado após o oitavo dia. O inchaço costuma ser maior nos três primeiros dias do pós-operatório. O uso de óculos escuros poderá ser útil nessa fase, assim como a utilização de compressas frias para diminuir a intensidade do edema. Somente após o terceiro mês é que será possível dizer que o edema residual é discreto.
– Qual o período de internação?
De quatro a oito horas quando há anestesia local.
– Quanto tempo dura a cirurgia?
Normalmente, em torno de 90 minutos. Dependendo do caso, há detalhes que podem prolongar esse tempo. Importante ressaltar que o tempo de ato cirúrgico não deve ser confundido com o tempo de permanência do paciente no ambiente de centro cirúrgico. Essa permanência envolve também o período de preparação anestésica e a recuperação pós-operatória.
– O que são as manchas roxas ou avermelhadas observadas em certos casos?
Nada mais são do que a infiltração do sangue na pele subjacente e, mesmo na conjuntiva ocular, que estão ligadas ao trauma cirúrgico. Isso, entretanto, não constitui qualquer problema futuro e não é considerado complicação. É uma intercorrência transitória e reversível.
– Quando atingirei o resultado definitivo?
Após o terceiro mês. Entretanto, logo após o oitavo dia já teremos aproximadamente 25% do resultado almejado. Nas duas ou três semanas subsequentes esse percentual tende a melhorar acentuadamente.
– Os olhos ficarão ocluídos após a cirurgia?
Não obrigatoriamente. Pode ser recomendada a colocação de compressas frias por alguns minutos, várias vezes ao dia. Isso é feito pelo próprio paciente, como profilaxia do edema acentuado.
– Afinal, o resultado compensa?
Se você está ciente do que deseja e o cirurgião puder propiciar o que você pediu, sem dúvida, compensa. Entretanto, é importante levar em consideração o fato de que a cirurgia das pálpebras não proporciona rejuvenescimento geral à face quando é executada isoladamente. Muitos pacientes esperam o resultado do rejuvenescimento apenas com a blefaroplastia.
O rejuvenescimento da face implica em outras condutas associadas à blefaroplastia. Os “pés de galinha”, mesmo que devidamente operados, nunca desaparecerão, ficando ainda o estigma, devido à ação do músculo orbicular e à perda da elasticidade da pele remanescente.